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Dia 26 - Serenidade

Serenidade é profundidade. É quando a energia do pensamento, sempre tão dissipada através dos sentidos, é direcionada para o mais profundo da mente. É quando termina o ver com os olhos físicos e começa o ver com os olhos da mente; é quando termina o ouvir com os ouvidos e começa o ouvir com os ouvidos interiores; é quando termina o tocar com as mãos e começa o tocar com os sentimentos. Serenidade é viver embaixo d’água, mas subir com alegria para a superfície. Não há serenidade na superfície sem tocar as profundezas.
Por que a serenidade é importante? Porque a experiência dos sentidos é tremendamente instável. As mensagens da vida que chegam à superfície mudam em grande velocidade. Às vezes, a pessoa se expõe ao prazer, mas com mais frequência se expõe à dor. E outras vezes, as mensagens são conflitantes. Não há qualquer sistema no mundo, nenhuma quantidade fixa de experiência boa ou ruim. Ninguém jamais saberá o que lhe espera a cada dia.
A experiência da vida “embaixo d’água” é bem diferente. É uma experiência que tem forma própria e pode ser completamente diversa daquilo que parece ser oferecido. Além disso, o profundo prazer que se sente ao viver a experiência, alimenta as reações ao que acontece na superfície. Não de maneira óbvia. Ninguém faz um estardalhaço porque tem um entendimento súbito do amor, mas isso traz tranquilidade e profundidade natural ao seu dia.
Assim como as demais virtudes, há uma serenidade superficial e uma real. Vemos um rosto suave, calmo, belo e dizemos: “Que rosto sereno!” Mas talvez seja só um indicio de ausência de pensamentos profundos. A verdadeira serenidade não esta no rosto, mas nos olhos. A suavidade do rosto está sob constante ameaça, mas os olhos dizem tudo. Realmente, uma das maiores provas de serenidade é quando o rosto está emocionalmente castigado, mas o olhar se mantém profundo e tranquilo. Ninguém pode evitar os abalos da vida, mas estar “abalado” e mesmo assim “mergulhar” para encontrar a própria força é algo que só transparece no olhar. Quando cai uma pedra na vida dessas pessoas – uma crítica, um problema, um desafio – as ondas só se formam na superfície. E mais nada. Pode cair até um punhal, mas o impacto será rapidamente absorvido e a água volta à calma.
Só uma coisa ameaça essa virtude: poluição. Poluição é quando uma atmosfera penetra na superfície da água e turva sua clareza. Isso acontece quando alguém me impressiona. Não que a pessoa me atraia pelos sentidos, mas seus pensamentos e ideias me tocam internamente e suavemente aceito a presença dela nas profundezas do meu ser que devem permanecer sagradas. Não é errado apreciar ideias do outro. Na verdade, é bom. Mas deve haver auto respeito suficiente para dizer não as interrupções sem fim; caso contrário, ao lado do prazer de brincar com os pensamentos do outro, eu dou água para seus conflitos. E, de repente, eles também são meus.
Só existe uma atmosfera que convido com imensa alegria em meu eu submerso: é a atmosfera do ser de Deus, porque uma das principais características de Deus é a constância e a leveza. Ele não tenta me mudar, só me fortifica e dá força à minha solitude. É curioso que o ser mais poderoso do universo seja também o menos intruso. Ele não interfere. É, na verdade, o guardião da minha serenidade.
A fonte é o livro Beleza Interior, o livro das virtudes, da autora Anthea Church, editora Brahma Kumaris e edição eletrônica de 2013. Livro na amazon: http://a.co/fW3VFYA
Há 25 sinônimos para 1 sentido da palavra serenidade:
1 - Qualidade do que é sereno: calada, calma, calmaria, despreocupação, equilíbrio, eutimia, impassibilidade, imperturbabilidade, jazido, mansidão, mansuetude, mudez, mudeza, paz, placabilidade, placidez, ponderação, prudência, quietude, reflexão, sangue-frio, sensatez, silêncio, sossego, tranquilidade.
Como está o seu equilíbrio em relação a influências externas? Sejam pessoas, ou eventos? Quanto você se mantém sereno quando alguém diz ou faz algo que provoca você, algo que te desequilibra mental ou emocionalmente, e que as vezes pode até lhe parecer que foi no corpo físico? Tem pessoas que tem tremores, sudorese, tontura, etc., por emoções que não conseguem lidar, mas que muitas vezes foram disparadas pela fala ou ato de outras pessoas. Você é assim? A virtude de hoje é trabalhar essa capacidade de estabilidade, não uma estabilidade rígida e controlada, mas leve e flexível, como a água. 
Uma dica muito importante, é refletir sobre estes questionamentos: “Se você der um presente a alguém e esse alguém recusar o presente, com quem o presente fica?”, e se ao invés de um “presente”, fosse uma fala ou ato seu, e a pessoa não te responder, ou não reagir ao que você fez? E se ao invés de ser você a falar ou a agir, você estiver ouvindo ou recebendo, será que você aceitaria o “presente” que dá aos outros? E o “presente” das outras pessoas, por que você os aceita?
Uma outra forma de aprimorar isso, é meditando no início do dia, estabelecendo um estado de conexão com seu Eu Superior, sua essência, e mantendo esse estado ao longo do dia, e a cada momento, a cada influência, observar-se no nível físico, emocional e mental, e retornar ao estado de conexão inicial ou anterior antes de responder ou reagir ao momento ou influência. Para quem acha isso muito “impossível”, não se preocupe, o importante não é seu julgamento, e sim sua disposição em tentar. A ideia não é alcançar isso de imediato, mas gradativamente, com a prática ao longo do tempo, mudar nosso estado, com serenidade. 
Ao final do dia, antes de dormir, reveja como você percebeu, física, emocional e mentalmente cada evento do dia e analise o quanto você conseguiu estabelecer e manter a serenidade, antes de interagir com os estímulos externos. Dê a si uma nota de 1 a 5, sendo 1 “tentei” e 5 “fui muito bem”. E para as pessoas que você conectou hoje, agradeça-as, doe amor e carinho mentalmente. Que você tenha um ótimo dia e realize muito bem esse exercício.

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