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Dia 6 - Desapego

Muitos caminhos espirituais defendem um estado mental chamado desapego no qual a pessoa se afasta das preocupações mundanas e se torna observadora da vida. É visto como um meio de se alcançar uma meta interior porque liberta das distrações e dos conflitos. O Raja Yoga também ensina o “desapego”, mas a imagem usada pra explicar o conceito não é a do peregrino escalando a montanha com os pés empoeirados, mas a da flor de lótus.

O fato principal é que a flor de lótus tem suas raízes na lama. Ela não cresce sem a lama e ainda assim tem as pétalas imaculadas. Isso é desapego. O desapego é estar ao lado do que você mais quer se livrar e usá-lo para crescer. Sem se separar de nada. Considere sua personalidade: ela tem aspectos que você não percebe ou que simplesmente não gosta. Inconscientemente, você transforma esses aspectos em algo atraente. Por isso, uma pessoa viciada em trabalho em geral tem medo de ser desaprovada. Isso é o oposto do desapego: fazer algo não pelo valor da coisa em si, mas para realçar sua posição pessoal.

A flor de lótus não transforma a lama em nada. Lama é lama. Mas é na lama que estão os nutrientes necessários para que a flor desabroche. Conosco acontece o mesmo. Vivemos numa situação de que não gostamos – “na lama” –, contudo é a mais segura que existe. Se conseguíssemos reconhecê-la sem distorções, permitiríamos que nos fizesse crescer. Muitas vezes, tentamos nos livrar de alguém, queremos ficar sozinhos, mas de alguma forma o relacionamento tomou conta de nós. A pessoa que está ao lado poderia ser nosso melhor professor se pudéssemos perceber os “nutrientes” que existem na presença dela, se reconhecêssemos que nos concentramos num aspecto muito pequeno da personalidade e desprezamos o resto.

Desapegar-se é ter liberdade de ponto de vista e estar livre de preconceitos. É ver o quadro por inteiro. Se estragamos algo ou nos equivocamos, isso nos expõe a críticas. Normalmente perturbamo-nos até termos a capacidade de nos desapegar da tarefa na qual fracassamos, até pararmos de possuí-la e apreciarmos seu próprio valor inerente, reconhecendo que, de alguma forma, ela será feita. Pintar ou pintar, pela beleza de pintar, não pela beleza da “minha” pintura. Certamente, pintar continuará sempre existindo, quer eu pinte ou não.

Então desapegar-se é estar muito perto do inimigo, é reagir a ele com sinceridade, com empenho e ver que ele desaparece rapidamente assim como um animal selvagem se afasta suavemente da paz e do destemor. Por outro lado, desapegar-se também significa não se aproximar muito, mas distanciar-se para ver melhor. É ser um meteorologista emocional, é ser capaz de medir, prever e preparar. Desapegar-se é estar livre do tempo e, o que é mais importante, da perspectiva distorcida que coloca o “eu” no centro do universo. Ajuda muito ter essa consciência em relação às pequenas coisas. Você começa a perceber que conversando com uma pessoa, você não é necessariamente o foco da atenção dela, porque ela tem centenas de outros pensamentos e preocupações. Você é apenas um ponto de apoio no caminho dela.

O desapego é uma virtude grandiosa. Dá segurança emocional, realismo e refrescamento. Deixa os outros a vontade, livres para ir e vir sem muito alarde. Mas se você deixar de amar a vida, o desapego será impossível, porque você se agarrará às coisas que o auxiliam.

O melhor exemplo de desapego vem de Deus que tudo vê e jamais deixa de amar. E é melhor demonstrado pela flor de lótus que toca a lama, toca o fundo rochoso, mas nunca perde sua beleza. Beleza significa manter-se crescendo sempre.

Fonte: Livro Beleza Interior – O Livro das Virtudes, autora Anthea Church, editora Brahma Kumaris, versão eletrônica de 2013. Livro na amazon: http://a.co/fW3VFYA

Há 4 sinônimos para 1 sentido da palavra desapego:

  1. abnegação, desamor, desinteresse, indiferença.

O desapego me parece uma das virtudes mais desentendidas pelas pessoas, pois muitos creem que desapegar é não dar valor, ou é se desfazer das coisas, ou não ter coisas, talvez movidos pela ideia de que se não tenho não posso me apegar, mas creio que o texto da Anthea dá uma ideia mais significativa para a virtude, desapego não é abandono, não é desleixo, mas mesmo estando próximo, mesmo convivendo com pessoas, ou com objetos, ou mesmo dinheiro, não desenvolver um sentimento de identificação, de posse com as pessoas, objetos ou recursos materiais, e ao mesmo tempo, relacionar-se com as pessoas, utilizar-se dos objetos, usar os recursos materiais, tudo em uma conduta mais equilibrada, mais “caminho do meio”, nem o extremo do apego, onde perdemos nossa identidade para as pessoas, objetos ou recursos que nos relacionamos, ou nem para o extremo do desleixo, onde não consideramos o devido valor, e o devido respeito as pessoas, objetos ou recursos.

Devemos valorizar e reconhecer que sem pessoas, objetos ou recursos, a experiência encarnatória não seria possível, ou seria muito prejudicada pela limitação que a ausência causa, tanto quanto a presença excessiva pode estar nos causando, se não despertamos para a necessidade do equilíbrio nas relações intelectuais, emocionais e materiais com a experiência encarnatória.

Então, no dia de hoje, a cada momento, a cada evento do dia, vamos conscientemente praticar o desapego da flor de lótus, nos relacionar e interagir com pessoas, objetos e recursos de forma conscientemente desapegada, e ao final do dia, lááá na hora de dormir, rever nosso dia, revisar as oportunidades de exercer o desapego durante o dia, e analisemos como nós nos conduzimos. Se você conscientemente fizer o exercício, terá se relacionado e interagido com pessoas, objetos e/ou recursos de uma forma mais equilibrada. Dê a si uma nota de 1 a 5, sendo 1 “tentei” e 5 “fui muito bem”. Lembre-se de se perdoar pelos momentos que se desleixou ou apegou-se as pessoas, objetos ou recursos, perdoe os outros que foram não agiram de forma desapegada com você, lembre-se que estamos todos em aprendizado, mas nem todos com a mesma conscientização e objetivos. Abrace-os mentalmente, doe amor e agradeça-os pelas oportunidades do dia de hoje.

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